Cabeça do Dr Vital Brazil confeccionado pelas mãos da escultora Jo Grassini.



Vital Brazil Mineiro da Campanha (1865 – 1950) é um dos mais importantes nomes da ciência médica brasileira e consagrado no cenário internacional.

Vital Brazil é mundialmente conhecido principalmente pela descoberta da especificidade dos soros antipeçonhentos. A descoberta de Vital Brazil sobre a especificidade dos soros antipeçonhentos estabeleceu um novo conceito na imunologia, e seu trabalho sobre a dosagem dos soros antiofídicos gerou tecnologia inédita.

A criação dos soros antipeçonhentos específicos e o antiofídico polivalente ofereceu à Medicina, pela primeira vez, um produto realmente eficaz no tratamento do acidente ofídico que, sem substituto, permanece salvando centenas de vidas nos últimos 100 anos. Até hoje não existe tratamento mais eficaz para a picada de cobra.
Nascido a 28 de abril de 1865, em Campanha, Minas Gerais, seu nome é uma homenagem ao santo do dia (dia de São Vital), ao estado e ao país em que nasceu, ainda na época da escravidão. Trabalhou como escrivão da polícia, para manter os estudos. Formou-se médico na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Combateu epidemias de febre amarela, varíola e cólera no interior paulista. Foi ele quem produziu, ainda, as primeiras doses dos soros anti-pestoso, antiofídico e antidiftérico, preparou tuberculina e outras vacinas e coordenou a campanha contra peste bubônica. E, ainda, desenvolveu um soro contra os venenos de cascavel e jararaca, as duas espécies que mais matavam no Brasil, com cerca de 3 mil vítimas fatais/ano. Aceitou o desafio de produzir o soro e, em 1899, foi um dos fundadores do Instituto Butantan. Nos 20 anos em que esteve no cargo de diretor do instituto paulista, tornou-se referência mundial no combate às mortes por envenenamento. Sua obra foi traduzida para o francês e também compilada pela Fundação Oswaldo Cruz.
Fundou em Niterói, onde morou o restante da vida, o Instituto Vital Brazil, voltado à preparação de soros e vacinas e polo de pesquisas nessa área.
No dia 10 de maio de 1917, foi publicada no Diário Oficial, a patente do novo processo para a fabricação de soros antipeçonhentos para o médico Vital Brazil. Em agosto desse mesmo ano, o cientista doou para o Governo de São Paulo o uso da patente do soro em benefício da sociedade, já que, na época, o cientista era diretor do Instituto Butantan e o Instituto Vital Brazil ainda nem existia.
O cientista criou uma das primeiras escolas do Brasil que alfabetizavam crianças de dia e adultos à noite; desenvolveu materiais de informação sobre como se proteger das cobras e outros animais peçonhentos para as pessoas do campo; inventou uma caixa de madeira barata e segura para que os fazendeiros pudessem capturar as cobras e firmou convênios com as estradas de ferro para transportá-las, pois eram essenciais à fabricação do soro.
Vital Brazil foi casado duas vezes e teve ao todo 18 filhos, nove em cada casamento. Da primeira vez foi casado com Maria da Conceição Philipina de Magalhães (1875/1913) e com ela teve Vitalina, Alvarina, Mário, Vital Brazil Filho, Ari, Ruy, Álvaro, Lígia e Oswaldo. Em 1920, com 56 anos, casou-se com Dinah Carneiro Viana, 30 anos mais nova que ele. Eles tiveram: Acácia, Ísis, Eliá, Enos, Horus, Ícaro, Eglon, Lael e Osíris.
Vital Brazil morreu aos 85 anos, em 8 de maio de 1950.

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